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segunda-feira

O melhor concerto!

Cure no Pavilhão Atlântico


Sala a abarrotar recebe banda em grande forma. Quase 40 músicas, para mais tarde recordar. Confira o alinhamento.

Em 32 anos de vida, os Cure deram apenas dois concertos em nome próprio no nosso país. Um deles foi ontem à noite, no Pavilhão Atlântico, em Lisboa, e ficará para a história por vários motivos, todos eles notáveis.

Em primeiro lugar, a banda conseguiu esgotar a maior sala de espectáculos de Lisboa com semanas de antecedência, obrigando a organização a «reconfigurar» o espaço, de forma a poder acolher mais espectadores. Os derradeiros bilhetes foram «sorvidos» pelos que haviam deixado a decisão – de ir ou não ao concerto – para a última hora e, ontem à noite, o cenário falava por si. Um Atlântico a rebentar pelas costuras, com muita gente na casa dos 30 anos mas também alguns góticos e punks trajados a rigor, em boa parte provenientes de Espanha.

À entrada do Atlântico, os idiomas e os sotaques misturavam-se, numa prova do apelo universal que os Cure continuam a exercer sobre muito boa gente, disposta a fazer deslocações de grande monta para ver a banda de Robert Smith ao vivo.

Em 2008, a fé depositada pelos fãs na boa forma do quarteto – além de Robert Smith na voz e guitarra, Simon Gallup no baixo, Porl Thompson na guitarra e Jason Cooper na bateria – é, viríamos a concluir, perfeitamente justificada.

Em vésperas de lançar um novo álbum, o 13º do seu historial, os Cure são uma banda plena de confiança e, tão ou mais importante, uma banda que se diverte em palco. Robert Smith nunca terá sido propriamente um «animal de palco» mas, ontem à noite, em todas as músicas em que se viu «livre» da guitarra, passeou-se frente às primeiras filas e, no seu jeito meio acabrunhado, fez questão de olhar nos olhos os fãs mais dedicados.

O outrora «Padrinho do Gótico» tentou uns passos de dança em «Lullaby», repetiu os «obrigados» da praxe e deu ao povo o que o povo quis ouvir: «Friday I’m In Love», «In Between Days» ou «Just Like Heaven», numa diabólica sequência, mas também as pré-históricas «Boys Don’t Cry», «Jumping Someone Else’s Train» ou «Killing An Arab». Que o povo, ao fim de três horas e pico de música, continuasse sôfrego de mais canções, tentando sem êxito obrigar a banda a um quarto encore, só pode causar em nós mais respeito e admiração.

A devoção começou, como previsto, pouco depois das 21h00. De forma quase cerimoniosa, a multidão aguardava a entrada dos Cure em palco, por esta altura iluminado apenas por pequenas estrelas azuis. Os quatro músicos chegaram, em pezinhos de lã, e atiraram-se, sem mais delongas, a «Plainsong», de Disintegration . Depois da longa introdução instrumental, comum a várias faixas daquele álbum, a voz de Robert Smith brotou, firme, por entre a guitarra cristalina de Porl Thompson e recebeu a primeira ovação da noite.


Com a sombra da «trunfa» reflectida nas paredes do Atlântico, o pai dos Cure dirigiu-se ao público pela primeira vez no final deste tema, com um simples «Thank you – and hello again», prontamente ovacionado.

Seguiu-se «Prayers For Rain», também de Disintegration, a confirmar a clareza com que o som dos instrumentos chegava ao público - o que nem sempre é fácil no Atlântico - e o empenho vocal de Robert Smith, em uivos caprichados.

A toada macambúzia manteve-se até «The Blood», a canção de Head On The Door que o Vinho do Porto inspirou. O fundo do palco passava a mostrar, agora, uma espécie de coliseu romano em tons de vermelho e a disposição do público aligeirava-se um pouco. A primeira grande explosão de entusiasmo popular chegou com «Love Song», a música que em tempos Robert Smith ofereceu à mulher, como prenda de casamento. Na ausência de um teclista, foi Simon Gallup, de braços ao léu a mostrar os músculos rijos aos 47 anos, quem mais se fez ouvir.

Depois do inédito «A Boy I Never Knew», com um romântico final que o Atlântico parou para ouvir, mais um momento alto se perfilou em palco: «Pictures of You», novamente de Disintegration , mostrou como uma música pode ser simultaneamente íntima e partilhável por um número absurdo de desconhecidos reunidos na mesma sala. Até aqui respeitoso qb, o público acusou a beleza do momento, irrompendo em aplausos emocionados.

Talvez inspirado pela boa reacção, Robert Smith tentaria «bailar» um pouco em «Lullaby» e, na óptima «Kyoto Song», visitou pela primeira vez os seus acólitos. A operação de charme terá sido especialmente proveitosa para os ocupantes das primeiras filas visto que, na ausência de ecrãs gigantes, todos os restantes espectadores ficaram sem saber como se parece Robert Smith a um ano dos 50.

Com «Push» e «Friday I’m In Love» (corações a correr na tela e Jason Cooper hiperactivo na bateria) chegávamos a meio do concerto. A ocasião foi assinalada por um aguaceiro de êxitos: «In Between Days» (o chão a tremer e as gargantas dos espectadores afinadas, mesmo por cima das partes instrumentais) e «Just Like Heaven», com os coros do público a acordar, certamente, a Margem Sul do Tejo e os Cure – Deus os guarde assim por muitos anos – sem vergonha nenhuma da sua maravilhosa veia pop.

Antes da primeira pausa, no entanto, haveria espaço para o negrume – na potentíssima «One Hundred Years», Robert Smith viajou até à era retinta de Pornograpgy para, com assustadora clareza, proclamar «It doesn’t matter if we all die»; em «Disintegration», mostrou a jóia da coroa do álbum do mesmo nome, promovido a segunda peça da trilogia negra dos Cure.

No primeiro encore, o tema mais aplaudido foi, naturalmente, «A Forest» (palco em tons de verde e público em perfeita sintonia com a música de 1980). Mas também «M», mais uma dedicatória de Robert Smith a Mary Poole, a mulher que conheceu no liceu e com quem casaria aos 30 anos, encheu o Atlântico de emoção, com um «M» gigantesco a ocupar a tela por trás do palco.

Os Cure voltariam por mais duas vezes: primeiro, para transformar o Atlântico numa pista de discoteca, com as galhofeiras «Let’s Go To Bed» ou «Why Can’t I Be You», e por fim para um muitíssimo celebrado regresso ao passado mais longínquo, a bordo de «Boys Don’t Cry», «Jumping Someone Else’s Train» ou da inesperada «Grinding Halt».

Por esta altura, a festa estava pegada e podia ter continuado noite fora. Parecendo que não, porém, já lá iam três horas de concerto e os Cure despediam-se com uma dupla imbatível: «10.15 Saturday Night» (e as palmas do público a emularem o som da torneira que pinga) e a inevitável «Killing An Arab», que Robert Smith escreveu aos 16 anos e que ontem, aos 49, lhe serviu para gritar, mais alto do que qualquer outra frase em todo o concerto: «I'M ALIVE!». Mais ruga menos ruga, todos acreditámos nas palavras do homem que, minutos mais tarde, se despediria de uma sala a seus pés com um singelo «Thank you - see you again».


ALINHAMENTO

Plainsong
Prayers For The Rain
A Strange Day
Alt.End
The Blood
The End of the World
Love Song
A Boy I Never Knew
Pictures of You
Lullaby
From The Edge of The Deep Green Sea
Kyoto Song
Please Project
The Walk
Push
Friday I'm In Love
In Between Days
Just Like Heaven
Primary
Never Enough
Wrong Number
One Hundred Years
Disintegration

ENCORE 1
At Night
M
Play For Today
A Forest

ENCORE 2
Lovecats
Let's Go To Bed
Freak Show
Close To Me
Why Can't I Be You

ENCORE 3
Boys Don't Cry
Jumping Someone Else's Train
Grinding Halt
10.15 Saturday Night
Killing An Arab

Fotos: Espanta Espíritos
Texto: Lia Pereira
http://blitz.aeiou.pt/gen.pl

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